Durante umas férias e por mero acaso
descobri Casteição, edesde então tenho
tentado saber mais da história desta
aldeia que em tempos idos teve um
castelo, foi habitadapor nobres e
cavaleiros, teve leis especiais, uma
Abadia, foi sede de Concelho teve
Tribunal, Camâra, Prisão.
Actualmente ainda mantém traços
da sua grandeza histórica, mas como
tantas outras é uma pequena aldeia
que poucos conhecem, visitá-la é um
passeio para recordar.

18.6.08

UM POUCO DE HISTÓRIA


Casteição terá tido o seu início num povoamento
pré-histórico localizado no topo do monte a que
se continua ainda hoje a chamar castelo.

O castelo não existe, mas vestígios dos antigos
alicerces ainda se podem encontrar .

Conta a tradição que o mesmo foi demolido
para aproveitamento das pedras para a
construção do tribunal e outros edifícios.

Em 960 pertencia o castelo de Casteição
assim como muitos outros desta região
a D. Flâmula por herança dos seus pais
os Condes Rodrigo e Leodegúndia, irmão
e cunhada do rei Ramiro II, de Leão.

Faleceu D. Flâmula solteira e sem filhos,
tendo deixado o que possuía a obras de
beneficência. Casteição por testamento foi
deixado ao Mosteiro de Guimarães tendo
posteriormente passado para a Coroa
Portuguesa na primeira metade do século XII.
Com foral concedido por D. Sancho I em 30 de Julho
de 1196, ( a posse do Castelo de Casteição foi dada
aos moradores da vila de Castaicion ou Castreição
e depois Casteição), confirmado por D. Afonso III
em Novembro de 1217 e por D. Sancho II em 1234
- Casteição foi um importante concelho medieval português.

Em 7 de Janeiro de 1367, D. Pedro I, em Évora ainda
confirmou e outorgou ( ao Concelho e homens bons de
Casteição todos os seus privilégios, foros, liberdades e
bons costumes de que sempre usaram).


No reinado de D. João I os nobres passaram a ser
os donatários da terra e da jurisdição civil e
criminal de Casteição.

Primeira doação
Feita a D. Beatriz Gonçalves (mulher que foi
de Vasco Fernandes Coutinho, para todo o
sempre, a ela e aos seus legítimos descendentes
directos, com todas as suas rendas,direitos, juros,
tributos e pertences, actuais e futuros) em19 de
Maio de 1384, em Lisboa, Por D. João I ainda Mestre
de Avis.
Assim, nesta data, Casteição deixou de
ser pertença directa do Rei, para passar a ser
pertença de um nobre.

Segunda doação
Feita a D. Fernão Martins Coutinho filho de
D. Beatriz Gonçalves, em Viseu a11 de
Janeiro de 1392 por D. João I.

Terceira doação
Feita a Gonçalves Vasques Coutinho, em Lisboa a
15 de Fevereiro de 1393 por D. João I.

Quarta doação
Feita a D. Beatriz Coutinho filha de D. Fernão
Martins,em 1395 por D. Duarte.

Quinta doação
Feita a D. Afonso (filho de D. Isabel e do Infante
D. Fernando de Cascais, irmão do rei) em 24 de
Março de 1460 por D. Afonso V, seu tio.

Sexta doação
Feita a D Francisco Coutinho, Conde de
Marialva e de Loulé, bisneto de Gonçalves
Vasques Coutinho,em Santarém, a 14 de Maio
de 1472, por D. Afonso V.

Sétima doação (última)
Feita a D. Guiomar filha de D. Francisco Coutinho,
em Lisboa, a 9 de Setembro de 1530, por D. João III.


Governação Autónoma

Em 10 de Dezembro de 1570, em Almeirim,
D. Sebastião, a pedido dos juízes, vereadores
e moradores da Vila de Casteição, passou
um Alvará em que deu aos moradores da Vila
e de seu termo a prerrogativa de não pagarem
foro de algumas casas, nem dos gados, nem
dos currais que tivessem feito nas ditas terras,
em consideração pelos trabalhos de
desbravamento a que procederam.

O Concelho de Casteição foi extinto em 1834 e em 1839
aparece a pertencer ao concelho e comarca de Trancoso.


Bibliog.-Albertino Marques, 2000, CASTEIÇÃO

9 comentários:

Maria Bettencourt Lemos disse...

Olá Mara,
Obrigada pela visita e comentario deixado.
Este post é mais uma fantastica lição de história e lindamente ilustrada, parabens!
Um beijinho para ti
Maria Lemos

Isaura disse...

Olá Mara!
Belissimo trabalho!
Beijinhos

isabel tiago disse...

Boa tarde Mara

Agora não tenho tempo para ver bem estes post. Un dia destes já vou ter todo o tempo de mundo para os blogs. Já vi que anda aqui muita investigação. Parabéns. Uma vez mais.

jo ra tone disse...

Muito bem,
Casteição tem um longa história
Muito interessante, desde muito cedo.
Puxa ! antes da fundação do nosso Condado Portucalense.
bjito

Anônimo disse...

OLá Mara hoje também publiquei um poste "Do lado de cá do Marão" no meu blogue sobre Trancoso, Meda e Casteição. Tenho muitas fotos mas ainda não sei colocá-las em slide.
O seu blogue é muito bom. Parabéns.
Dani

Maria Bragança disse...

Mara, sabes o que é que eu acho?

Acho que te deviam tornar cidadã honorária de Casteição e quem sabe presentear-te com uma daquelas casinhas de pedra :)). Pois, claro que sim, não há muitas pessoas como tu que façam investigação e divulgação exaustiva das maravilhas do nosso Portugal.
Beijinhos

Anônimo disse...

Parabéns Mara, pelo excelente trabalho de pesquisa, não é fácil obter informação relativa a uma aldeia como Casteição, a localização não ajuda, a preocupação das pessoas está direccionada para o Litoral, colocando o interior no isolamento quase total.

Bjs

Nile e Richard disse...

Oi amiga.Realmente é uma aldeia de de muitas mitos e histórias lindas.Gostaria de morar lá numa casinha bem antiga daquelas e também me tornar uma cidadã amante da aldeia.bjtos.nile.

Cláudio Cotias disse...

Bom dia,
Meu nome é Claudio de Almeida Cotias e sou neto de Josué da Ressurreição de Almeida que em 1967 mandou construir o Relógio e a torre que ate hoje se encontra em Casteição.

Meu filho Fernando e sua esposa estiveram em Casteição visitando a vila.

Um dia, ainda irei em Casteição visitar a terra de meus avos maternos.

Cláudio de Almeida Cotias

claudio.cotias@gmai.com